Páginas

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Horrorshow .. mas nem tanto.

Vocês lembram de já terem lido, ou ouvido, essa palavra antes, meus drugues? Conhecem algumas outras da gíria “nadsat”? Se sim, sabe exatamente sobre o que é esse post. Isso mesmo, ó meus irmãos: Laranja Mecânica.

1. O Livro

LaranjaMecanica

  A história, ambientada em futuro distópico,  é narrada por Alex, um adolescente de 15 anos, que junto com seus drugues (amigos) saem à noite para cometer crimes.
Sempre se encontram no “Leite Bar” Korovo para tomar “Leite-com” alguma droga antes de sair para praticar “ultraviolência”.

O livro se divide em três partes.  Aqui vai um resuminho pra vocês: A primeira conta como são as noite de Alex e sua gangue, e alguns atos praticados por eles. A segunda mostra o Alex preso (é amigos, o crime não compensa) e a Técnica Ludovico (que é o grande “especial tanto do livro quanto do filme), que promete transformar um criminoso em um homem de bem. A terceira e última parte, conta como é a volta de Alex para a sociedade, imediatamente ao término do tratamento, dois anos depois de ter sido preso, e o Governo acredita que agora ele é um homem de bem.

Desde sempre ouvi e li muitas coisas sobre o livro, e talvez por isso tenha criado uma expectativa muito grande sobre o que encontraria nessas páginas. Basicamente, o livro, publicado em 1962, mostra um cenário que encontramos até hoje: Um Sistema megalomaníaco querendo tirar o poder de escolha e decisão das pessoas.
Também associo boa parte da popularidade do livro ao Alex. Cheguei a conclusão que grande parte das pessoas não gostam do livro em si, mas do narrador anti-herói e personagem principal. Um sujeito cínico, que faz a narração de um jeito tendencioso, porém sincero.

(ATENÇÃO: A partir daqui, o texto contém revelações sobre o enredo.)

Ele é um apreciador de música clássica, culto e oportunista, e entrega sua liberdade de escolha nas mãos do Sistema apenas para se ver livre da prisão e voltar à sua rotina ultraviolenta. Mas se arrepende ao ver que o tratamento o impõe mal estar físico ao menor impulso violento, e, não intensionalmente, à música clássica. Ou seja, o tirou os maiores prazeres da vida. Portanto, quando se vê livre, de volta ao mundo violento sem conseguir ao menos se defender, perde a vontade de viver e tenta se matar.

No entanto, não consegue, e quando acorda, no hospital, percebe-se que o tratamento é falho. E quando ele recebe alta do hospital, já com outra gang, volta aos atos de ultraviolência. Logo, o Sistema não conseguiu ditar as atitudes que ele poderia ou não tomar. Não conseguiu interferir no livre arbítrio de Alex escolher ser bom, ou não.

No último capítulo, ele reencontra um dos membros de sua gangue, e o vê casado, e é um tanto menosprezado pela esposa, por ainda usar o linguajar nadsat, então ele cai em si, e começa a amadurecer, pensar em também ter uma esposa, um filho.

Na minha opnião, um final um tanto sem graça para um livro tão cheio de simbolimos políticos. Acho que devido eu ter criado expectativas demais, não achei o final surpreendente. Em uma avaliação: 4 estrelas.

Você pode baixar o livro clicando aqui.

2. O Filme

LaranjaMecanica (1)

Como acontece com grande parte das adaptações de livros para o cinema, não foi diferente com o filme Laranja Mecânina, e ele acabou deixando a desejar.

As vezes me pego pensando que, eu como roteirista, teria feito um trabalho melhor.

Faltou intensidade. Talvez, na época em que foi lançado, tenha chocado o mundo com cenas de estupro e violência.

Sendo bem sincera, a cena que mais aguardei pra assistir durante o filme, foi a famosa cena do Tratamento Ludovico, e foi onde eu mais me decepcionei. Faltou externar emoções se sensações, que no livro foram muito melhores descritas do que foram interpretadas no cinema. Até porque muito pouco foi mostrado do método.

A ambientação do filme foi excelente, porém tive o sentimento de indignação (que sempre tenho com adaptações) ao perceber cenas desnecessárias que fogem ao livro. Esperava mais também da tal “Ultraviolência”, achei um tanto leve o que vi. O final também deixou a desejar, uma vez que foge do final do livro.

Não o considero um filme ruim, ó meus irmãozinhos, é um bom filme, porém, na minha opnião, não é exatamente um clássico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário